sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ARARIPE COUTINHO

Grupo: Juliana Maria, Hélio Sobral, Henrique Sobral, Diego Amaral, Rafael Diez, Felipe Fraga, Andrey Araújo, Carlos Antônio.
2º ano D.

Araripe Júnior (Tristão de Alencar A. J.), jornalista, advogado, crítico literário, político, magistrado, contista e romancista, nasceu em Fortaleza, CE, em 27 de junho de 1848, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de outubro de 1911. Compareceu às sessões preparatórias da instalação da Academia Brasileira de Letras e fundou a Cadeira nº 16, que tem como patrono Gregório de Matos.

Era filho do conselheiro Tristão de Alencar Araripe e de Argentina de Alencar Lima. Acompanhando o pai, que exercia o cargo de chefe de polícia, residiu sucessivamente em Bragança, no Pará, em Vitória do Espírito Santo e em Pernambuco, onde foi matriculado no curso de humanidades do Colégio Bom Conselho, dirigido pelo dr. Barbosa Lima. A seguir, matriculou-se no curso de Direito da Faculdade do Recife. Teve como colegas de turma, entre outros, Tobias Barreto e Luís Guimarães Júnior.

Concluído o curso, foi nomeado secretário do governo de Santa Catarina, cargo que deixou em 1871. Transferiu-se então para Maranguape, no Ceará, onde foi juiz de 1872 a 1875. Em dois biênios, foi deputado provincial no Ceará. Mudando-se para o Rio, em 1880, exerceu a advocacia até 1886. A partir de 1882, teve, ao lado de José do Patrocínio, destacada atuação em favor da campanha abolicionista. Nomeado oficial de secretaria do Ministério dos Negócios do Império; proclamada a República e extinto aquele Ministério, passou para o da Justiça e Negócios Interiores. Em 1895, foi diretor geral da Instrução Pública. Em 1903, foi promovido ao cargo que então se criou de Consultor Geral da República e que ele exerceu até o fim da vida.

Estava no 4º ano de Direito, em 1868, quando publicou o livro de estréia, Contos brasileiros, com o pseudônimo de Oscar Jagoanhara. Na passagem pelo Ceará, tomou parte do movimento literário que ali se processava. A primeira e profunda influência que sentiu e durou muitos anos foi a dos livros de José de Alencar, de quem era segundo-primo. A preocupação do nacionalismo formou o seu estilo e orientou suas aspirações literárias. Até 1878, foi o romance o seu gênero preferido. Mas o convívio com Capistrano de Abreu, Rocha Lima e outros críticos cearenses, dirigiu-lhe a atenção para o estudo da filosofia e da crítica, nos autores que constituíam a ciência nova. Buckle, Taine e Spencer eram os teóricos daquele grupo. Em 1909, voltou para a ficção, publicando Miss Kate, curioso romance psicológico, assinando-se Cosme Velho, com prefácio de Afrânio Peixoto.

Não é o ficcionista, mas o crítico literário que constitui a importância de Araripe Júnior na literatura brasileira. Dotado de grande sensibilidade para o fato estético e de grande acuidade para a análise; dono de vasta cultura geral e literária, aplicou-se a estudar a literatura brasileira na obra de seus autores representativos: José de Alencar, Gregório de Matos, Tomás Antônio Gonzaga, Raul Pompéia, Aluísio Azevedo, e outros. Assim, deixou vasta obra crítica, formando com Sílvio Romero e José Veríssimo a trindade crítica da época positivista e naturalista. Sua obra crítica, dispersa pelos periódicos, desde os tempos do Ceará, só em parte foi publicada em livro, durante sua vida. No último livro, Ibsen e o espírito da tragédia (1911), sem abandonar a preocupação nacionalista, alçou-se a um plano de universalidade, buscando a razão de ser da tragédia humana, através da obra dos grandes trágicos, da Grécia ao século XIX. Como crítico, era um conselheiro amável e cheio de compreensão, sobretudo pelos estreantes.

Araripe Júnior era sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto Histórico do Ceará.

Obras: FICÇÃO Contos brasileiros (1868); O ninho de beija-flor, romance (1874); Jacina, a Marabá, romance (1875); Luizinha, romance (1878); O reino encantado, romance (1878); Os guaianás; Quilombo dos Palmares (1882); Xico Melindroso, conto (1882); Miss Kate, romance (1909); O cajueiro do Fagundes, romance (1975; publicado no Jornal do Commercio com o título Um motim na aldeia). ENSAIO E CRÍTICA Cartas sobre a literatura brasileira (1869); José de Alencar (1882); Dirceu (1890); Gregório de Matos (1893); Movimento literário de 1893 Crepúsculo dos povos (1896); Ibsen e o espírito da tragédia (1911). Deixou numerosos artigos e ensaios em jornais e revistas, entre os quais A Gazeta da Tarde, a Gazeta de Notícias e A semana. A sua produção crítica está reunida em Obra crítica de Araripe Júnior, direção de Afrânio Coutinho, 5 vols. (1958-1966).

POEMAS:








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