O rio que nasce, morre e renasce.

Contrariando o que muitos pensam, o rio Tietê não é um rio morto em toda sua extensão. Ele nasce em Solesópolis, estado de São Paulo, e ao longo de seu curso desempenha funções muito importantes, como abastecimento da população local, abrigo de diversas hidrelétricas, entre outras. Então, ciente da importância do Tietê para diversas regiões e que este ainda possui trechos limpos e navegáveis, a que devemos tamanha poluição em uma longa passagem desse rio?
Durante o século XVIII, o rio Tietê serviu de rota para os bandeirantes, que o utilizavam como via de comunicação e exploração do interior de São Paulo. Durante o trajeto os bandeirantes fundaram diversas cidades as margens do rio. Tempos depois, esse ainda era muito utilizado para navegação e prática de esportes náuticos. Porém, a partir da década de 1950, com o rápido crescimento populacional e industrial da cidade de São Paulo, o rio passou a receber altas cargas de poluição.
Nas décadas seguintes, o problema só se agravou. A falta de interesse dos governantes, aliados a uma falta de consciência e educação ambiental da população, fez do rio Tietê um dos mais poluídos do planeta. Estima-se que apenas 44% da população as margens do rio, principalmente da cidade de São Paulo, possui esgoto tratado. E as consequências de tal poluição, como inundações e doenças para a população, não se restringem apenas ao Tietê. Muitos de seus afluentes já estão poluídos, como por exemplo, o Tamanduateí, que recebe todo o lixo industrial da região do ABC paulista, fazendo com que os mais de 100 km da faixa de poluição do rio estenda-se ainda mais.
Quando o rio Tietê sai de São Paulo suas águas recuperam-se e torna-se um belo rio novamente, evidenciando ainda mais o papel de protagonista da capital paulistana na poluição do Tietê. Hoje existem projetos para a limpeza do rio, como a União Pró-Tietê. Porém, os objetivos alcançados por tais instituições são muito pouco significativos, se comparados ao tamanho da faixa poluída. Demorou-se tão pouco tempo para matar grande parte do rio, e se precisará de muito mais para se recuperar uma pequena parte.